Sunday, March 30, 2003

Quinta feira, 27 de março, tivemos no Ibmec a visita e conversa de Diane Cabell, de Harvard. O assunto foi a questão do domínio público autoral e das restrições continuadas e acrescidas à informação e criatividade, resultantes de esse acréscimo de direitos. Tenho repetido esse tema faz muitos anos, mas fiquei extremamente surpreso de confirmar a posição franca e aguerrrida de parte considerável do corpo docente de Harvard quanto ao tema. Ou Anátema, talvez.

Friday, March 14, 2003

Índia.

Por alguns anos, convivi nas reuniões da WIPO e na UNCTAD com meus colegas indianos. Eles, e o Brasil, líderes da frente única do terceiro mundo, o Grupo dos 77'. Hábeis, extremamente preparados, tão eficazes na peleja diplomática quanto o nosso povo do Itamarati. Como uma lula (a marítima) capazes de escapar de todos impasses despejando a tinta negra do seu inglês rapidíssimo e inexpugnável.

Menos de uma semana de trabalho em Mumbai (ou Bombaim...) mostra que é possível tecnologia - e da casta "alta tecnologia" - num país grotescamente desigual. Camelos fora carregando bosta de vaca para ser usada como combustível, e software com o mais alto nível de confiabilidade e segurança sendo escrito dentro dos prédios.

Agora deixam entrar xerox, e a pepsi e coca voltaram ao país depois de muitos anos de proibição. O país recusa quase todos os mandamentos do consumo, aliás não só por ideologia.

Mas vendem tecnologia ao Bil Gates, e ao Brasil. Exportam resmas de cientistas. A primeira patente de engenharia genética teve como inventor um tal de Chakrabarty. Por favor, me repitam dez mil vezes "o Brasil perdeu a vez da tecnologia por causa da reserva de mercado". Repitam, que eu quero acreditar.

Ah, os carros fabricados pelo meu cliente indiano são melhores, de melhor tecnologia, e mais sofisticados dos que os fabricados no Brasil pelas subsidiárias de multinacionais.